Nos últimos meses o mundo vem passando por um verdadeiro furacão causado pelo coronavírus, todos tiveram que se adaptar e aprender com o novo tempo, e para a educação não foi diferente. O fechamento das escolas por causa da pandemia trouxe desafios e possibilidades na volta às aulas, a principal pergunta é: como manter a qualidade na aprendizagem com o novo modelo de educação?
Todos sabemos que, hoje em dia, o meio digital é indispensável, e se tornou agora, o principal mecanismo de transmissão do conhecimento. Mas, essa não é uma adaptação tão simples por diversas variantes.
O processo da aprendizagem demonstra uma complexidade, exige um estudo que ultrapassa as funções cognitivas, indo em direção ao afetivo/emocional, mergulha no social, com influência através do cultural, nos deixando perplexos frente a tal diversidade e à característica única que possui cada sujeito. PEREIRA, D. (2007).
É uma construção contínua, comparável à edificação de um grande prédio que, na medida em que se acrescenta algo, ficará mais sólido ou à montagem de um mecanismo delicado, cujas as fases gradativas de ajustamento poderiam conduzir a uma flexibilidade e uma mobilidade das peças tanto maiores, quanto mais estáveis se tornassem o equilíbrio. (PIAGET,1990 p.12).
Mais deste ciclo, pela complexidade e extensão do texto, abordaremos melhor em outro artigo. Uma vez que poderemos relatar o processo neurológico detalhado e as influências dos outros aspectos.
De acordo com Pasqualini C. J. (2009), são denominados ciclos vitais, não sendo o mais importante, relata a questão da criança de zero a quatro anos. O que remete à educação, o objetivo de ser pilar na interação da criança com o outro, mediante conhecimentos diários e brincadeiras.
Remotamente isso é mais complicado, se não inviável, poderemos encontrar dificuldades nestas crianças daqui alguns anos, uma hipótese que trás bons argumentos. Como solução prévia neste momento pode-se desenvolver estratégias mais seguras, tendo em vista que a avaliação nessa fase não tem o propósito de reter o aluno, isso faz com que os desafios e possibilidades na volta às aulas deixa mais dúvidas.
As discussões sobre as possibilidades e o ajustamento do ensino infantil ao meio digital foi acirrado nos últimos meses. Um dos motivos é a recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria sobre o tempo de exposição das crianças às telas de aparelhos digitais. Segundo um documento criado pela organização, crianças com menos de 2 anos não devem ser expostas aos dispositivos eletrônicos e aquelas de 2 a 5 anos devem ter o contato com as telas restritamente de até no máximo 1 hora por dia. Sistemas A. (2020).
Entretanto, na outra ponta estão aqueles que confiam que tais pontos devem ser considerados com atenção, porém não devem obstar a educação infantil a distância. Se consideradas as orientações de saúde e o início da educação infantil, o meio digital pode ser muito útil para o ensino dos pequenos nessa fase de isolamento social.
O amparo é de que os exercícios online auxiliam as crianças a preservar o hábito de aprendizagem e o elo com a escola, colegas e professores. Além disso, a proposta já colocada em prática de atividades simples ajudam no desenvolvimento e minimizam o impacto da perda dos meses no ano letivo. Pera G. (2020).
Segundo a Unesco, a pandemia afetou 52 milhões de crianças no Brasil. Atualmente, as aulas estão sendo semipresenciais, e no início de fevereiro voltam presencialmente, com um rodízio dos alunos. Tendo dois desafios para a educação, o Pedagógico e o Sanitário.
Claramente, é importante ressaltar que as aulas remotas, por mais divertidas e bem-feitas que sejam, nunca substituirão as aulas presenciais, principalmente na educação infantil, onde é essencial a convivência das crianças com o educador e os colegas, assim como o contato físico com os diversos materiais e execução de exercícios que incentiva o desenvolvimento cognitivo, essencial para que não tenham problemas futuros. Drumond K. (2020).
No contexto da Educação Infantil, tarefas e encontros podem ocorrer remotamente, mas os deveres pedagógicos devem ser assumidos pela família, com o auxílio dos professores. Os pequenos não param de interagir, o que não é novidade para ninguém, com isso, a estrutura pedagógica está assegurada. Porém, cabe aos educadores auxiliar as famílias para que tais atividades sejam contextualizadas e os os desafios e possibilidades na volta às aulas não afetem as crianças.
Por isso, é relevante que os professores, as famílias e a escola ordenem suas expectativas, tendo consciência de que esta fase é atípica e o processo de aprendizado precisou ser modificado. Em alternativa, as chances oferecidas devem ser exploradas e aproveitadas ao máximo, tornando o impacto da pandemia menor.
Referências Bibliográficas:
DRUMOND, Kelly. Desafios da educação infantil em período de pandemia. Artigo 2020.
PERA, Guilherme. Ano letivo poderá ter menos de 200 dias. Artigo 2020.
PEREIRA, D. C. Formação continuada de professores do primeiro segmento do Ensino Fundamental: Limites e possibilidades. Tese (Doutorado em Educação) – Universidad Autónoma de Barcelona, Barcelona, Espanha, 2007.
PIAGET, J. Seis estudos de Psicologia. Rio de Janeiro: Forense Universitária Ltda, 1990, p.12.
SISTEMAS, Aix. Educação infantil a distância: isso é possível mesmo. Artigo 2020.